Parafraseando minha colega de trabalho, em janeiro de 2020 aconteceu de tudo e mais um pouco. Foi um mês longo e intenso. Tivemos temor de guerra mundial e estamos abatidos com medo de uma pandemia. E tudo isso, sem contar que o Congresso Brasileiro mal voltou de férias para apimentar os noticiários nacionais. Nesse contexto, o crescimento econômico brasileiro em 2020 segue uma incógnita. Há anos que vemos revisões de expectativa de PIB, mas sempre para baixo. Pegando somente os últimos dois anos, vimos que em 2018 as expectativas dos analistas marcavam crescimento de 2,7% no início do ano, ao passo que um ano depois, já estavam em 1,25%. Em 2019, não foi diferente. Começamos com expectativa de 3,0% e agora estamos marca 1,1%. Por ora, para este ano a estimativa é de 2,3%. Será? Com tudo isso acontecendo lá fora, difícil achar que o Brasil passará incólume. Os indicadores econômicos nacionais, embora tenham animado o mercado financeiro no final do ano passado, tampouco estão muito bem. A taxa de desemprego, por exemplo, segue em dois dígitos e marca 11%. Eu sei que esse indicador será o último a melhorar devido sua característica defasada no ciclo de expansão – explico: imagine que você é um empregador e dado toda (ainda) rigidez das leis trabalhistas. Você só contraria mais mão de obra com a certeza de que as coisas iriam melhorar, correto? Porém percebo que o mercado de trabalho está ainda muitíssimo devagar – o que pode sinalizar nova frustração de ritmo de crescimento econômico neste ano. Pensando em termos de papo de botequim (aquele que é dito com muita certeza, sem grande consistência de fatos, mas que todo mundo adora), acredito que deve haver uma correlação entre a quantidade de motoristas de Uber, sobretudo os que têm maior escolaridade, com a taxa de desemprego de um país. Andando por aí não é difícil notar a quantidade de motoristas e como ela tem crescido nos últimos anos. Entendo que esse sistema foi disruptivo e que deve ter crescido ao redor do mundo, tendo o país dificuldades de crescimento ou não. E que é uma excelente saída para países grandes com questões de locomoção social (trânsito, transporte público inadequado, etc.). Mas que deve haver uma relação, deve. De fato, a confiança segue baixa, sobretudo a dos consumidores. Então, meus amigos, olhando dados e seguindo nossa conversa fiada, ainda não consigo ficar muito animada com essa recuperação. Não quero desanimar não, mas há muito motorista de Uber com alto nível de escolaridade por aí… Parafraseando minha colega de trabalho, em janeiro de 2020 aconteceu de tudo e mais um pouco. Foi um mês longo e intenso. Tivemos temor de guerra mundial e estamos abatidos com medo de uma pandemia. E tudo isso, sem contar que o Congresso Brasileiro mal voltou de férias para apimentar os noticiários nacionais. Nesse contexto, o crescimento econômico brasileiro em 2020 segue uma incógnita. Há anos que vemos revisões de expectativa de PIB, mas sempre para baixo. Pegando somente os últimos dois anos, vimos que em 2018 as expectativas dos analistas marcavam crescimento de 2,7% no início do ano, ao passo que um ano depois, já estavam em 1,25%. Em 2019, não foi diferente. Começamos com expectativa de 3,0% e agora estamos marca 1,1%. Por ora, para este ano a estimativa é de 2,3%. Será? Com tudo isso acontecendo lá fora, difícil achar que o Brasil passará incólume. Os indicadores econômicos nacionais, embora tenham animado o mercado financeiro no final do ano passado, tampouco estão muito bem. A taxa de desemprego, por exemplo, segue em dois dígitos e marca 11%. Eu sei que esse indicador será o último a melhorar devido sua característica defasada no ciclo de expansão – explico: imagine que você é um empregador e dado toda (ainda) rigidez das leis trabalhistas. Você só contraria mais mão de obra com a certeza de que as coisas iriam melhorar, correto? Porém percebo que o mercado de trabalho está ainda muitíssimo devagar – o que pode sinalizar nova frustração de ritmo de crescimento econômico neste ano. Pensando em termos de papo de botequim (aquele que é dito com muita certeza, sem grande consistência de fatos, mas que todo mundo adora), acredito que deve haver uma correlação entre a quantidade de motoristas de Uber, sobretudo os que têm maior escolaridade, com a taxa de desemprego de um país.